quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Do Paraíso à Consolação

Eu não estava passando por um momento muito feliz em minha vida amorosa.
Vi o que eu julgava ser uma história de amor, aos poucos, virar uma história de horror, sem direito a “felizes para sempre”.
Como de costume, precisava do apoio de minhas amigas. Conversar com mulheres é bem diferente de conversar com homens.
Homens querem resolver o seu problema.
Mulheres compreendem, escutam, sentem o que você está sentindo, e, se for o caso, dizem o que você pode, e não o que deve fazer.

Nessas conversas, descobri que o problema é sempre o mesmo: a relação com outras pessoas.
Como eu me sentia engasgado, decidi pôr tudo que eu estava pensando no papel, como se eu estivesse ordenando minhas idéias.
Percebi então que São Paulo parecia uma cidade sem amor, sem romance.
Não há mais espaço para pessoas sinceras e calorosas.
Talvez a terra da garoa tenha mofado nossas personalidades, transformando-nos em pessoas frias, distantes umas das outras.

Vendo “Sex and the City”, percebi que talvez o problema não seja só aqui. Afinal, a história da série, livro e filme se passam em Nova York, e Candace Bushnell, a autora do livro, aponta exatamente isso.
Então o problema mudou de aspecto: por que o relacionamento das pessoas é sempre complicado e parecemos não nos entender?

A conversa com as amigas tornou-se um hábito, assim como escrever em meu caderno sobre o conteúdo dessas conversas, juntando com minhas próprias reflexões. Com o tempo, pessoas foram entrando e saindo, e novas histórias e opiniões juntaram-se.
O resultado: este blog. Escolhi o nome por uma famosa frase que dizem, em que o casamento é igual à Av. Paulista, pois começa no Paraíso e termina na Consolação.
Será que todos os relacionamentos têm esse destino?
Será que é tão difícil assim encontrar a pessoa certa?
Será que existe uma pessoa certa para cada um de nós?
E principalmente: quem foi que disse que precisamos da pessoa certa?
Apesar de todo o meu cinismo, acredito que existe um final feliz para todos nós. Só não garanto que o final feliz é exatamente como imaginamos.
Pensando tudo isso, comecei a escrever. Usando nomes fictícios, misturando realidade com ficção, confundindo histórias e embaralhando personagens, se é que são personagens.

E aqui se inicia a narrativa de uma grande batalha: a eterna batalha em ser feliz, e de como podemos estar completamente enganados na forma de batalhar.

O que é verdade e o que é ficção? I'll never tell, xoxo